sexta-feira, 22 de junho de 2012


O PAPEL DO PRODUTOR MUSICAL
Por Fabio Alba


Me lembro das minhas primeiras gravações em estúdio profissional, ainda na primeira metade dos anos 90. Foi durante essas gravações que começou a pintar em mim a vontade de ser produtor. Sempre gostei da parte técnica, dos equipamentos, dos microfones, da mesa de som. Mas o que mais me fascinava era a possibilidade de criar sonoridades diferentes para as músicas. Naquela época eu ainda não sabia exatamente o que era produzir um disco, mas já dava minhas cabeçadas.

No meu artigo de hoje, vou deixar as polêmicas de lado e vou colocar aqui alguns toques para aqueles que pretendem entrar nessa carreira difícil, mas muito gratificante. Antes de mais nada, precisamos diferenciar produtor de técnico de gravação e mixagem. São duas coisas distintas.

O produtor é o profissional responsável pela estética artística do disco. Ele não precisa necessariamente ser um grande músico, mas precisa ter um ouvido altamente treinado, principalmente em relação a timbres. A grosso modo, ao contratar um produtor, você está contratando o seu bom gosto (ou mau gosto, no caso de alguns). Ele será o responsável pela identidade do seu disco, e para isso, precisa ser um cara muito antenado culturalmente. Precisa ouvir, assistir e ler de tudo.

Diferentemente dos técnicos de gravação e mixagem, os quais com bastante estudo e dedicação é possível tornar-se um bom profissional, para ser um bom produtor é necessário um dom a mais, principalmente para lidar com os egos dos artistas, pois em muitos momentos, cabe ao produtor dizer ao músico o que ele deve ou não fazer. É preciso muita perspicácia nessa hora, para que a relação com o músico continue produtiva.

Uma boa relação entre artista e produtor é fundamental e essa relação não é construída apenas dentro do estúdio. Você entregaria sua música para ser produzida por uma pessoa a qual você não teria coragem de comprar um carro usado? Por isso é fundamental a cumplicidade entre artista e produtor e o artista precisa dar liberdade total para o produtor trabalhar, pois caso contrário, invariavelmente o disco não ficará bom.

Posso garantir que os trabalhos que mais tenho orgulho de ter produzido são justamente os que tive 100% de liberdade pra trabalhar. São trabalhos em que os artistas confiaram totalmente em mim e me deixaram à vontade.

Ah, antes que eu me esqueça: técnicos de gravação e mixagem não são necessariamente produtores. São profissionais competentes e que entendem de toda parte técnica, que muitas vezes o produtor não domina 100%. Mas atualmente, com a competitividade cada vez maior do mercado, está tornando-se cada vez mais imprescindível o domínio de toda a parte técnica inerente ao processo de gravação por parte dos produtores.

A partir da próxima semana começarei a contar alguns episódios que já presenciei dentro de um estúdio, como forma de ilustrar o dia a dia (muitas vezes não tão romântico como alguns imaginam) de um produtor musical.

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ME DÁ UM DINHEIRO AÍ ?
Por Henrique Scalet


Hoje gostaria de falar da importância do patrocínio, e consequentemente da necessidade de entregar um bom serviço. Ainda existem muitos produtores que metem as caras e fazem eventos dependendo exclusivamente da bilheteria para pagar os fornecedores e tirar ainda algum lucro. Vejo isso como um cara guerreiro que não tem medo de se arriscar ou um maluco que tem grana para investir.

Dificilmente hoje em dia um evento sério se paga só com bilheteria. Existem vários outros custos além de cachês e impressão de cartaz: investimento em conforto para os artistas contratados, investimento em criação da arte com gente especializada, custo de mídias, de ações na rua, custo de estrutura logística, etc. Embora, hoje em dia existam muitas formas colaborativas de se angariar fundos e captar recursos pra algo (entidades filantrópicas desenvolvem ferramentas de doação on-line em suas fanpages, existe o recurso de utilizar crowdfunding, troca de serviços com moeda complementar, etc…), ainda vejo apenas dois caminhos principais, patrocínios ou editais. Ou seja, iniciativa privada ou poder público.

Eu particularmente prefiro o caminho mais mercadológico, menos “ONG” da coisa, que é o patrocínio junto a iniciativa privada. Dá para conseguir bons patrocínios, mas precisamos envolver a marca do patrocinador no evento. Temos que pensar as ações de divulgação do evento como produtos de divulgação também da marca que estará atrelada, e vender esse pacote, como um serviço publicitário mesmo, como um modelo alternativo de outdoor. Mas principalmente, precisamos bolar ações criativas que usem as redes sociais para difundir a marca dele. Ainda há muito amadorismo na gestão de conteúdo em redes sociais, e as empresas começam a perceber a importância de se posicionar, de gerar conteúdo, e realmente eles não têm muita coisa pertinente para falar nesse conteúdo. Na rede não importa tamanho e sim relevância, e é uma dificuldade real ter algo relevante para falar.

Portanto, o momento é favorável a nós, produtores. Basta utilizarmos nossa criatividade para inventar situações de uso da rede. Vender espaço publicitário em cartaz é UMA das alternativas, dentre várias outras: criar posts publicitários, gerar conteúdo indireto ao evento, fomentar a fanpage do patrocinador, gerar conteúdo específico para o público dele, inserir a marca dele em outros tipos de mídia, fomentar ações de interação. Dependendo da sua criatividade, dá para criar boas alternativas que envolvam o patrocinador e de quebra aproveitar o próprio público que o cara já tem para divulgar o seu evento, e não apenas se limitar a “entregar” o plano de mídia que ele pagou. Dessa forma você pode criar alternativas de divulgação que não se limitem a criação de um “evento” no facebook, e muito menos as extremamente chatas marcações de amigos em flyers. Que convenhamos, vai contra todos os princípios de netiqueta e já está ficando mal visto pela sociedade digital.

Porém, tem o lado que busca a dependência do poder público. Você também pode se especializar em escrever projetos e apresentar para a fundação cultural da sua cidade comprar, ou inscrevê-los em editais. Conheço muitos produtores que se sustentam assim, colocam o logo da prefeitura no cartaz e se apoiam exclusivamente nesse modelo. Legal, até funciona. Mas prepare-se para tremer na base e talvez até se ver fazendo campanha política de 4 em 4 anos para não correr o risco de ver secar a teta de onde você mama.

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UGLY KID JOE volta ao Brasil e faz três shows em AGOSTO


O Ugly Kid Joe fará shows no Brasil no início do segundo semestre. A banda norte-americana ficou conhecida nos anos 1990 por conta de canções como ‘Everything About You’, ‘Neighbor’ e ‘Cat’s in the Cradle’. Serão três as apresentações por aqui: Florianópolis (09/08, John Bull Pub), São Paulo (10/08, Santana Hall) e Porto Alegre (12/08, Opinião).

Inativa entre 1997 e 2010, a trupe se reuniu em 2010 com a formação de ‘Menace to Sobriety’ (1995): Whitfield Crane (vocal), Klaus Eichstadt (guitarra), Dave Fortman (guitarra), Cordell Crockett (baixo) e Shannon Larkin (bateria).

O quinteto promove o EP recém-lançado na internet ‘Stairway to Hell’ – no dia 9 de julho o material chega às lojas em CD. Essa será a segunda vez que o Ugly Kid Joe vem ao Brasil. A primeira visita deles aconteceu em 1994, na edição daquele ano do extinto festival Hollywood Rock.

Os ingressos para todas as apresentações já estão à venda. Veja abaixo as informações de cada data:

Florianópolis
Data: 09/08 (quinta)
Horário: 23h
Local: John Bull Pub Florianópolis
Endereço: Av. das Rendeiras, 1046
Ingresso (valor promocional): R$ 50
Vendas online: http://www.blueticket.com.br
Informações:(48) 3232-8535      

São Paulo
Data: 10/08 (sexta)
Horário: 22h
Local: Santana Hall
Endereço: Av. Cruzeiro do Sul, 2737
Ingressos: R$ 120 (1° lote) e R$ 140 (2° lote)
Informações:(11) 2221-0855      
Site: www.santanahall.com.br

Porto Alegre
Data: 12/08 (domingo)
Horário: 22h
Local: Opinião Bar
Endereço: Rua José do Patrocínio, 834
Ingressos: R$ 80 (1° lote), R$ 100 (2° lote), R$ 120 (3° lote) e R$ 140 (4° lote)
Vendas online: www.opiniaoingressos.com.br / www.ticketbrasil.com.br
Informações: (51) 3026-3602      

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Projeto de TONY IOMMI & IAN GILLAN lança álbum em Julho

O WhoCares lança no mês que vem seu primeiro disco. O projeto é uma obra beneficente de Tony Iommi (Black Sabbath, Heaven & Hell) e Ian Gillan (Deep Purple). Será um trabalho duplo, composto pelas mesmas faixas que saíram com o single de 2011 junto com diversas raridades relacionadas às carreiras de ambos.

No total, serão 18 músicas, resgatadas dos arquivos do Black Sabbath, do Deep Purple e de Ian Gillan. Entre elas há ‘Dick Pimple’ (jam inédita do Deep Purple, dos primórdios de Steve Morse na banda), uma canção do Repo Depo (banda de Gillan entre 1991 e 1992), duas gravações nunca lançadas de Iommi com Glenn Hughes, parcerias e lados-B, além de versões ao vivo feitas em programas de rádio.

O single de 2011 trouxe as inéditas ‘Out of My Mind’ e ‘Holy Water’. A primeira contou com Jon Lord (teclados/ex-Deep Purple), Nicko McBrain (bateria/Iron Maiden), Jason Newsted (baixo/ex-Metallica), Mikko Lindström (guitarria/H.I.M.), além de Iommi e Gillan.

O WhoCares surgiu para arrecadar fundos que pudessem ser destinados à reconstrução de uma escola de música na Armênia. Essa foi a segunda vez que Tony Iommi e Ian Gillan se juntaram para ajudar aquele país. Em 1989, ambos fizeram parte de um projeto com outros astros mundiais, o qual regravou o clássico do Deep Purple ‘Smoke on the Water’ para ajudar as vítimas do terremoto que abalou os armênios em 1988.

O álbum sairá no dia 13 de julho. Confira abaixo seu repertório:

CD 1
01. Out of My Mind (WhoCares)
02. Zero the Hero (Black Sabath)
03. Trashed (Ian Gillan, com Tony Iommi, Ian Paice e Roger Glover)
04. Get Away (M. Rakintzis com Ian Gillan/até então, lançado somente na Grécia)
05. Slip Away (Tony Iommi com Glenn Hughes)
06. Don’t Hold Me Back (Ian Gillan)
07. She Thinks It’s a Crime (Ian Gillan)
08. Easy Come, Easy Go (Repo Depo com Ian Gillan)
09. Smoke on the Water (Deep Purple com Ronnie James Dio)

CD 2
01. Holy Water (WhoCares)
02. Anno Mundi (Black Sabbath)
03. Let it Down Easy (Tony Iommi com Glenn Hughes)
04. Hole in My Vest (Ian Gillan)
05. Can’t Believe You Wanna Leave Me (Gillan & Glover com Dr. John)
06. Can I Get a Witness (Ian Gillan & The Javelins)
07. No Laughing in Heaven (Garth Rockett & The Moonshiners aka IG)
08. When a Blind Man Cries (Ian Gillan)
09. Dick Pimple (Deep Purple)

Veja abaixo o clipe de ‘Out of My Mind’:
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TERRA confirma data e local do Planeta Terra Festival 2012


O Terra acaba de anunciar a data e local para a realização da sexta edição de seu Planeta Terra Festival no Brasil. O evento acontecerá no Jockey Club de São Paulo (mesmo local onde rolou o Lollapalooza Brasil) no dia 20 de outubro. Nos próximos dias, o Terra divulgará as atrações que vão compor o line-up do festival, que traz anualmente 15 artistas relevantes do cenário musical.

Os ingressos para o Planeta Terra 2012 começarão a ser vendidos no dia 03/07, terça-feira, à meia-noite pela Livepass. A organização do evento prevê público de 30 mil pessoas no Jockey – 10 mil a mais que as três últimas edições que aconteceram no Playcenter.

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Incubus vai lançar álbum ao vivo e DVD em agosto


O quinteto californiano Incubus surgiu com uma boa notícia para seus fãs. Chega às lojas no dia 13 de agosto a coleção Incubus HQ Live, três multi-discos separados, vendidos sob o mesmo título.

Gravada ao vivo durante os seis shows da turnê californiana da banda, a compilação deverá contar com um álbum ao vivo no primeiro pacote, um registro ao vivo e um DVD no segundo e, finalmente, um CD duplo e um DVD no terceiro.

Incubus HQ Live é o primeiro lançamento da banda desde o álbum If Not Now, When?, de 2011, e conta com alguns dos maiores hits da banda como “Drive”, “Wish You Were Here”, “Pardon Me” e “Privelege”. Confira o track- list dos três álbuns: 

DVD I

“Wish You Were Here”
“Circles”
“Consequence”
“11am”
“Promises, Promises”
“Anna Molly”
“Rogues”
“Isadore”
“Just A Phase”
"Glass”
“In The Company Of Wolves”
“Nice to Know You”
“I Miss You”
“Pantomime”
“Megalomaniac”
“Blood On The Ground”
“Nowhere Fast”
“Adolescents”
“If Not Now, When?”

CD I

“Intro”
“Nice To Know You”
“Circles”
“Wish You Were Here”
“11am”
“Are You In?'/Riders On The Storm”
“Aqueous Transmission”
“Privilege”
“The Warmth”
“Stellar”
“Make Yourself”
“Drive”
“I Miss You”
“Crowded Elevator”

CD II

“Megalomaniac”
“Just A Phase”
“Sick Sad Little World”
“Anna Molly”
“Pantomime”
“Promises, Promises”
“In The Company Of Wolves”
“Love Hurt”
“Switchblade”
“Pardon Me”
“If Not Now, When?”
“The Original”
“Adolescents”
“Tomorrow’s Food”

DVD II

“Wish You Were Here”
“Circles”
“Consequence”
“11am”
“Promises, Promises”
“Anna Molly”
“Rogue”
“Isadore”
“Just A Phase”
“Glass”
“In The Company Of Wolves”
“Nice to Know You”
“I Miss You”
“Pantomime”
“Megalomaniac”
“Blood On The Ground”
“Nowhere Fast”

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Axl Rose perde o equilíbrio e cai de cara no chão durante show na França; veja


Durante uma apresentação do Guns N' Roses no festival Hellfest, na França, no último sábado, Axl Rose se desequilibrou e caiu de cara no chão diante de um público composto por milhares de pessoas.

Aparentemente nada de grave aconteceu com o vocalista, que logo se recuperou do tombo e continuou a cantar a música “Sweet Child O’ Mine”. Confira o tombo, registrado aos 37 segundos do vídeo:


O show fez parte da turnê europeia do Guns N’ Roses, que vem sendo cercada por polêmicas que vão dos corriqueiros atrasos de Axl Rose até o recente roubo de algumas de suas joias.

Recentemente, o vocalista se machucou durante uma festa particular promovida no clube Premier Lounge, após um show da banda em Moscou. A lesão o levou a estender sua estadia no país em algumas semanas para se tratar. 

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Jorge Ben Jor fará única apresentação em São Paulo


Um dos maiores nomes da música popular brasileira, Jorge Ben Jor promete colocar o público paulistano para lançar ao som de seus principais sucessos em apresentação única, no dia 23 de junho, no Credicard Hall, em São Paulo.

Prestes a completar 50 anos de carreira, muito bem acompanhado pela banda do Zé Pretinho, sua fiel escudeira musical há 34 anos, Jorge Ben Jor leva ao palco um repertório composto por clássicos como “País Tropical”, “Que Pena”, “Que Maravilha”, “Taj Mahal”, “Ive Brussel”, “Fio Maravilha” e “W/Brasil”, entre outros.


Serviço:
Jorge Ben Jor no Credicard Hall
Data:23 de junho
Horário: 22h
Local: Credicard Hall
Ingressos: de R$ 40 a 180 
Informações: ticketsforfun.com.br

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quarta-feira, 20 de junho de 2012


Ouça: Maroon 5 divulga faixa inédita
“One More Night” integra o álbum Overexposed, que sera lançado no dia 26 de junho

“De certa forma, nós renascemos”, disse recentemente Adam Levine, o vocalista do Maroon 5, à Rolling Stone EUA sobre a grande influência das pistas de dança no álbum Overexposed, a ser lançado no dia 26 de junho. “Faz dez anos desde que começamos a banda, quando ninguém entendia a razão de cinco caras brancos estarem tentando cantar soul”. Para ouvir e entender do que Levine está falando, você pode escutar o álbum, já disponível para pré-venda do iTunes, ou escutar abaixo a faixa “One More Night”.

O Maroon 5 tem shows marcados no Brasil. A banda irá passar por Curitiba dia 24 de agosto e, nos dias 25 e 26, ainda desembarca em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. Nestas duas últimas apresentações, o público também poderá ver o Keane, outro grupo com disco recém-lançado.

rollingstone.com.br

terça-feira, 19 de junho de 2012


DEPOIMENTO INÉDITO: O ESCONDERIJO DE LOBATO
Por: Almanaque Urupês  


DOCUMENTO HISTÓRICO

Pesquisa do jornalista Camões Filho mostra um capítulo inédito da história de Monteiro Lobato

Mesmo tendo falecido há 64 anos, a história do escritor Monteiro Lobato continua surpreendendo. O jornalista e escritor Camões Filho, da cidade de Taubaté / SP, a mesma de Lobato, está divulgando um episódio inédito da vida do autor do Sítio do Picapau Amarelo.

Em depoimento exclusivo concedido ao jornalista Camões Filho, a escritora Marly Nascimento Brasiliense, de São Bernardo do Campo / SP, conta que Monteiro Lobato refugiou-se na casa de seus avós para não ser preso pelo regime ditatorial da época. “Devo tê-lo visto algumas vezes pessoalmente, mas era à época uma menina”, diz ela.

Quando aceitou o convite para ingressar na Academia Paulista de Letras, Monteiro Lobato apresentou um dossiê de sua campanha em prol do petróleo, “O Escândalo do Petróleo” (1936), no qual acusava o governo federal de “não perfurar e não deixar que se perfure”. O livro esgotou várias edições em menos de um mês. Aturdido, o governo de Getúlio Vargas proibiu e mandou recolher todas as edições.

Sempre ativo, patriota e visionário, o pai da Emília criaria a seguir a União Jornalística Brasileira, uma empresa pioneira na elaboração e distribuição de notícias para os jornais. Em fevereiro de 1939 morreu Guilherme, seu terceiro filho. Abalado, Monteiro Lobato enviou uma carta ao ministro de Agricultura, que precipitara a abertura de um inquérito sobre o petróleo. Recebeu convite de Getúlio Vargas para dirigir um ministério de Propaganda, mas ele recusou.

Numa outra carta ao presidente, fez severas críticas à política brasileira de minérios. O teor da carta foi tido como subversivo e desrespeitoso e isso fez com que fosse detido pelo Estado Novo, acusado de tentar desmoralizar o Conselho Nacional do Petróleo, ironicamente presidido à época pelo general Horta Barbosa, que foi o responsável por colocar Lobato atrás das grades do Presídio Tiradentes e que, abraçando as ideias de Lobato, se tornaria em 1947 um dos maiores líderes da nacionalista Campanha do Petróleo.

Lobato foi condenado a seis meses de prisão, mas permaneceu encarcerado de março a junho de 1941. Uma campanha promovida por intelectuais e amigos conseguiu fazer com que Getúlio Vargas concedesse o indulto que o libertaria, reduzindo a pena de seis para três meses de prisão. Apesar disso, Lobato continuou sendo perseguido e o governo fazia de tudo para abafar suas ideias. Foi então que passou a denunciar as torturas e maus tratos praticados pela polícia do Estado Novo.

CARTAS DE LOBATO AO PRESIDENTE


A seguir, a íntegra de duas cartas de Monteiro Lobato ao presidente Getúlio Vargas, onde ele relata sua campanha pelo petróleo brasileiro:

São Paulo, 20 de janeiro de 1935

Dr. Getúlio Vargas

Por intermédio do meu amigo Ronald de Carvalho, procurei no dia 15 do corrente, fazer chegar ao seu conhecimento uma exposição confidencial sobre o caso do petróleo, estou na incerteza se esse escrito chegou a destino. Talvez se perdesse no desastre do dia 20. E como se trata de documento de muita importância pelas revelações que faz, seria de toda conveniência que eu fosse informado a respeito. Nele denuncio as manobras da Standard Oil para senhorear-se das nossas melhores terras potencialmente petrolíferas, confissão feita em carta pelo próprio diretor dos serviços geológicos da Standard Oil of Argentina, que é o tentáculo do polvo que manipula o brasil. E isso com a cooperação efetiva do sr. Victor Oppenheim e Mark Malamphy, elementos seus que essa companhia insinuou ou no Serviço Geológico e agora dirigem tudo lá, sob o olho palerma e inocentíssimo do dr. Fleuri da Rocha. É de tal valor a confissão, que se eu der a público com os respectivos comentários o público ficará seriamente abalado.
         
Acabo agora de obter mai uma prova da duplicidade desse Oppenheim, cornaca do Fleuri. Em comunicação reservada que ele enviou para a Argentina ele diz justamente o contrário, quanto às possibilidades petrolíferas do Sul do Brasil, do que faz aqui o Fleuri pelos jornais, com o objetivo de embaraçar a marcha dos trabalhos da Companhia Petróleos.
         
O assunto é extremamente sério e faz jus ao exame sereno do Presidente da República, pois que as nossas melhores jazidas de minérios já caíram em mãos estrangeiras e no passo em que as coisas vão o mesmo se dará com as terras potencialmente petrolíferas. E já hoje ninguém poderá negar isso visto que tenho uma carta em que o chefe dos serviços geológicos da Standard ingenuamente confessa tudo, e declara que a intenção dessa companhia é manter o Brasil em estado de “escravização petrolífera”.
         
Aproveito o ensejo para lembrar que ainda não recebi os papéis, ou estudos preliminares do serviço que V. Excia. Tinha em vista organizar, por ocasião do encontro que tivemos em fins do ano passado, no Palácio Guanabara.

Respeitosamente,

J. B. Monteiro Lobato


***

São Paulo, 19 de agosto de 1935

Dr. Getúlio Vargas

Rio de Janeiro

Excelentíssimo Senhor:

Conforme previ na última audiência que me foi concedida a 15 do corrente, há alguém interessado em embaraçar a ação da Cia Petróleos do Brasil, dificultando a obtenção da autorização para que ela siga seu curso natural, fora das restrições do Decreto nº 20.799, que, em requerimento ao Ministério da Agricultura, foi pedida. E como V. Excia., me autorizou, neste caso, a recorrer diretamente a V. Excia., como guardião que é dos verdadeiros interesses nacionais, sou forçado a lançar mão desse recurso.

Negam-nos a autorização pedida, dificultando, retardando, protelando o necessário decreto. Isso vem impossibilitar a atividade da Cia Petróleos do Brasil. Os homens contratados à custa de tanto sacrifício monetário para procederem em nosso território quatro meses de provas, nada poderão fazer já que a companhia que os contratou não pode fazer contratos de opção nos terrenos a serem examinados. E desse modo terão de regressar para a América do Norte sem que o Brasil se beneficie das vantagens incomensuráveis da série de provas previstas e para as quais a nossa empresa se formou.
         
Isso constitui um crime imperdoável, além de denunciar de modo esmagador que há gente paga por estrangeiros para que o Brasil não tenha nunca o seu petróleo. Em vez de, pelas funções de seus cargos, esses homens tudo fazerem para que tenhamos petróleo, quanto antes, tudo fazem para que não o tenhamos nunca. O caso é, pois, desses que pede a imediata intervenção de homens que, como V. Excia., só têm em vista os altos interesses do País.
 Assim, de acordo com a promessa que V. Excia. Me fez, venho denunciar a manobra da sabotagem burocrática e pedir o remédio urgente.

Respeitosamente subscrevo-me

De V. Excia. Atento servidor

Monteiro Lobato.


A resposta do presidente foi mandar prender Lobato.


DEPOIMENTO INÉDITO: O ESCONDERIJO DE LOBATO

As lutas cívicas de Lobato, suas campanhas do petróleo e sua prisão são sobejamente conhecidas. Mas em um depoimento exclusivo ao jornalista Camões Filho, Marly Nascimento Brasiliense fala da fuga do escritor e do local que lhe serviu de esconderijo.

Marly Nascimento Brasiliense ao lado do jornalista Camões Filho














Disse a escritora para Camões Filho sobre o local onde Lobato ficou escondido da polícia política do Estado Novo:

Era uma casa térrea, de porta dupla, alta e marrom. Havia nelas duas janelinhas pequenas de vidro colorido, de onde se identificava os visitantes. Na entrada, um hall com saída para dois quartos e mais à frente uma bela sala de jantar. Tudo mobiliado com móveis da época. Seguindo para o fundo havia à esquerda um pequeno corredor com uma porta grande e branca à direita, onde ficava o toalete e em seu término, a cozinha. Lá fora a área de serviço e um pequeno quintal.
         
Mas havia um quase segredo nessa simples casa: uma escada de madeira que chegava a dois cômodos subterrâneos que tinha a mesma extensão dos cômodos de cima. Todas as portas eram claras e muito altas e as venezianas eram verdes da cor das folhas de abacate. E lembro-me disso porque havia no terreno atrás da casa, um abacateiro.

Foi nesse lar que passei os primeiros três anos de minha vida, juntamente com meu pai, minha mãe e minha irmã gêmea.
         
A rua era chamada, como até hoje o é: Rua São Francisco, e o número era 301, casa 1, já que era um conjunto de quatro casas erguidas a mando de meu avô, um senhor português que veio, como tantos outros imigrantes, tentar a sorte nesta terra abençoada. Seu nome: Domingos Nascimento.

Foi ele que trouxe para o Brasil a arte de fazer cofres, sim, cofres que naquela época eram adquiridos até pelo governo para repartições públicas e bancos. Sua especialidade era tão grande que conseguiu, sem saber o número do segredo de qualquer cofre, abri-lo e, assim, cooperar com a pobre cabeça que já não conseguia mais juntar nenhuma combinação que acabasse com a ansiedade tão perversa. E isso aconteceu várias vezes, até madrugada a fora. E lá ia meu avô.
         
Bem, depois de três anos de vida, minha mãe separou-se de meu pai e saímos dessa casa para outra, propriamente onde morava meu avô com seus três filhos, já que outros dois haviam se casado e outro morrido.
         
A casa ficou vaga e vazia por algum tempo. Penso que não muito. Em confabulação com minha avó ficou determinado que no subsolo – de dois aposentos – ficaria alojado um certo homem que precisava urgentemente de acolhida. E a teve.

Assim, há mais de setenta anos, na época das controvérsias a respeito do nosso petróleo, ficou morando na casa onde eu havia nascido o Sr. Monteiro Lobato. Mal eu sabia que ele viria a ter tanta importância na minha infância com suas obras literárias e seu Sítio do Picapau Amarelo. Depois de dez anos voltamos a residir lá: eu, minha mãe e minha irmã. Saímos de lá casadas – eu com 25 anos. Mais tarde, com a morte de minha avó, todo patrimônio foi vendido. Hoje há nesse terreno dois ou três prédios de apartamento. A modernidade tomando conta dos espaços, mas não da História.

Meu avô faleceu três meses antes do meu nascimento e a ida de Monteiro Lobato para essa residência foi obra exclusiva de minha avó Carmelita Guglielmo do Nascimento. Não raramente esta senhora mandava o serviçal levar quitutes para o morador e averiguar se tudo estava correndo bem.

Por ocasião do Natal de 1999, pude reencontrar muitos familiares e colher alguns dados verídicos quanto à permanência de Monteiro Lobato na casa pertencente aos meus avós. E fiquei sabendo que nasci antes de Monteiro Lobato ter se abrigado em tal residência e que ele já era casado com D. Purezinha e tinha duas filhas, Maria e Ruth. Portanto, devo ter me encontrado com ele, ainda menina, muitas vezes.

Agradeço a oportunidade de relatar, com muito orgulho, uma pequena parte da vida de Monteiro Lobato.

Camões Filho 

www.almanaqueurupes.com.br

TEATRO METRÓPOLE | PROGRAMAÇÃO DE JUNHO DE 2012
(SUJEITO A ALTERAÇÃO)


Dia 20 (Quarta) – 20 horas
Dança: BALLET FÊGO CAMARGO
Com alunos da E.M.A. “Maestro Fêgo Camargo”
Direção: Alexandre Montalvão
Recomendação etária: Acima de 2 anos
ENTRADA FRANCA

Dia 21 (Quinta) – 20 horas
Teatro: TEATRO FÊGO CAMARGO – GRUPO ALDA GARRIDO
Com alunos da E.M.A. “Maestro Fêgo Camargo”
Direção: Paulo Felício
Recomendação etária: Acima de 2 anos
ENTRADA FRANCA

Dia 23 (Sábado) – 17 horas
Teatro infantil: TURMA DA MÔNICA – ERA UMA VEZ NA FLORESTA
Recomendação etária: Acima de 2 anos
Ingresso: R$ 40,00 (inteira) R$ 20,00 (meia) 

Dia 24 (Domingo) – 19 horas
Stand-up comedy: EU MEXXXMO
Com Evandro Santo
Recomendação etária: 16 anos
Ingresso: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia)

Dia 29 (Sexta) – 20 horas 
Música: CAMERATA E CORAL FÊGO CAMARGO
Com Alunos da E.M.A. “Maestro Fêgo Camargo”
Direção: Denis Pinheiro
Recomendação etária: Acima de 2 anos
ENTRADA FRANCA

TEATRO METRÓPOLE
Rua Duque de Caxias, 312
Centro, Taubaté/SP

Informações:
(12) 3624-5915
teatrometropole@taubate.sp.gov.br

Horário de funcionamento:
Terça a sexta – das 08h às 12h e das 14h às 18h

Horário da bilheteria:
Terça a sexta (dias sem espetáculo) – das 14h às 18h
Sábado – das 09h às 13h

Se houver espetáculo de manhã – das 08h até o início do espetáculo
Se houver espetáculo à tarde – das 14h até o início do espetáculo
Se houver espetáculo à noite – das das 18h até o início do espetáculo

AVISOS IMPORTANTES
- Não será permitida a entrada no teatro após o início do espetáculo.
- Proibido comer e beber nas dependências do teatro.
- Os ingressos dos espetáculos com “Entrada Franca” serão distribuídos na bilheteria do teatro uma hora antes do horário da apresentação. 
- Verifique a recomendação etária dos espetáculos.


Exclusivo: ouça nova música do thenewno2, banda do filho de George Harrison
“Make it Home” fará parte de thefearofmissingout, segundo disco do grupo


O thenewno2 estará bem ocupado nos próximos meses. No dia 31 de julho, a banda alternativa de Londres, comandada por Dhani Harrison, filho de George Harrison, vai lançar o segundo álbum da carreira, thefearofmissingout, pela H.O.T. Records Ltd. Na semana seguinte, o grupo vai tocar no Lollapalooza 2012, em Chicago, e sairá em turnê.

De acordo com Harrison, a música “Make It Home” nasceu de uma necessidade universal. “No fim do dia, não importa o que você faz de uma noite, é sempre importante chegar em casa, não é? Voltar para casa é igualmente importante para todos nós. Essa faixa passou por uma série de mudanças, mas sempre quis dizer a mesma coisa.”

O sucessor de You Are Here, de 2009, terá diversos vocalistas convidados, entre eles RZA e Ben Harper (companheiro de Harrison no Fistful of Mercy). “Make It Home” aponta para o novo interesse da banda em sons sampleados, sem deixar de lado a veia melódica. Ouça a música ( rollingstone )

Novo álbum do Linkin Park pode ser ouvido na internet
Living Things será lançado no dia 26, mas o streaming por tempo limitado está disponível no iTunes


O quinto álbum do Linkin Park, que recebeu o nome de Living Things, foi disponibilizado por tempo limitado para ser conferido gratuitamente no iTunes. A pré-venda do trabalho, que será lançado oficialmente no dia 26 deste mês, já está disponível por US$ 11,99. Ouça aqui.

O disco conta com “Burn it Down” e “Powerless”, que integra a trilha sonora do filme Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros. “Lies Greed Misery” foi outra canção revelada ao público – o álbum completo conta com 12 faixas.

Uma apresentação deste trabalho será transmitida ao vivo nesta terça, 19, durante as transmissões do Rio+Social, uma “conversa global” organizada pela ONU e por empresas parceiras para debater relações entre mídias sociais, tecnologia e desenvolvimento sustentável em paralelo à conferência Rio+20. A banda aparece no canal do YouTube a partir das 17h30.

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